Secretário de Estado de RO, Júnior Lopes é preso preventivamente durante operação em Porto Velho

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Por Marcio Fraga em 13/12/2024 às 11:26:26
Júnior já havia sido afastado do cargo público, suspeito de participar de um esquema de fraude em contratos e falsidade ideológica envolvendo eventos festivos em Rondônia. Servidores públicos também foram afastados e mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Júnior Lopes

Jefferson Carvalho

O secretário da Superintendência da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel), Júnior Lopes, foi preso na manhã desta sexta-feira (13) durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Porto Velho. Afastamento de cargos e o cumprimento de mandados de busca e apreensão também foram realizados.

Segundo o MP-RO, a medida foi necessária porque foi constatado que os investigados e pessoas próximas a eles tiveram acesso a informações privilegiadas e passaram a agir para alterar e destruir provas. Além disso, novas buscas e apreensões foram cumpridas, e servidores públicos foram afastados.

Júnior já havia sido afastado do cargo em novembro deste ano, após uma investigação do Ministério Público de Rondônia (MP-RO) sobre fraudes em contratos e falsidade ideológica envolvendo eventos festivos em Rondônia, como a Expoviola 2023 e a Expovel nas suas 12ª e 13ª edições, em 2023 e 2024.

O g1 entrou em contato com o Governo de Rondônia, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. O g1 também tenta localizar a defesa do secretário preso.

Entenda o caso

Segundo as investigações, houve direcionamento na escolha da associação escolhida para a organização da Expovel 2023, por meio da Secretaria da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel). Constatou-se que a entidade beneficiada não possuía capacidade técnica ou legal para receber recursos públicos. O contrato foi avaliado em R$ 9 milhões.

O presidente da associação teria usado o evento para beneficiar as próprias empresas. Além disso, era cobrada a entrada em camarotes que deveriam ser de acesso gratuito à população.

Na 13ª edição da Expovel, em 2024, outra entidade sem fins lucrativos foi contratada. O presidente era uma pessoa próxima a um agente do Estado. Nesse caso, foi constatado um superfaturamento no pagamentos das atrações artísticas, avaliados em R$ 4 milhões. Também foram identificadas irregularidades similares às da edição anterior, como a cobrança de camarotes.

Um dos contratos foi avaliado em R$ 9 milhões; no segundo contrato houve um superfaturamento em showas que custavam R$ 4 milhões. Na primeira fase da operação do Gaeco foram cumpridas medidas judiciais como:

busca e apreensão domiciliar e veicular,

suspensão de repasses da (Sejucel) às entidades envolvidas

afastamento de um secretário de Estado e de uma servidora pública por 90 dias, com proibição de acesso às instalações do órgão público e contato com testemunhas.

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