Biólogos não descartam volta do animal à natureza. Ele é vigiado 24 horas por câmeras de segurança. Veja recuperação de preguiça que perdeu a pata após ser atacada por pitbullUm mês depois de ter sido atacada por um pitbull e perder a pata, um bicho preguiça continua em processo de reabilitação em Vilhena (RO). Ela passou por procedimentos médicos-veterinários e agora é vigiada 24 horas através de câmeras de segurança. Tico, como foi carinhosamente apelidado, é da espécie preguiça-real. Nas imagens disponibilizadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), é possível ver que mesmo sem uma das patas traseiras, ele continua escalando em busca de alimento. Por meio das gravações é possível ver o processo de recuperação do animal e analisar se ele conseguirá sobreviver novamente na natureza sem um membro. Segundo o biólogo da Semma, Rafael Fonseca, a resposta está sendo bem positiva. “Através desses vídeos, a gente consegue ter a certeza de que a falta do membro não interfere na sua locomoção e nem em seu momento de repouso, visto que são animais que vivem a maior parte do tempo nas copas das árvores”, ressaltou.Preguiça-real é atacada por pitbull em Rondônia. Semma/DivulgaçãoProcedimentos médicosDepois do ataque, Tico foi resgatado pela Semma e encaminhado para profissionais veterinários e acadêmicos de uma faculdade particular de Vilhena. Segundo a médica Ariane de Oliveira, ele chegou com uma laceração bem grande na parte traseira. “A laceração ia até a metade do fêmur. Quando a gente pegou ele, a gente viu que a necessidade de amputação ia ser primordial. Foi feito uma amputação completa do membro em região coxofemoral, que é a articulação entre a pelve e o fêmur”, relembra. Os profissionais envolvidos no procedimento apontam que, apesar de ter corrido tudo bem, eles enfrentaram bastante dificuldade por não ter material de instrução sobre protocolos de anestesias na espécie. Foram necessárias consultas com vários outros profissionais. ReabilitaçãoDepois do procedimento cirúrgico, o animal continuou internado e desde então, apresenta evolução no quadro de saúde. A Semma preparou uma “casinha” só pra ele, com uma estrutura que permita que ele escale e se locomova, como seria na natureza. Os alimentos são pendurados e a água é espalhada pelo local. Tudo para analisar se ele consegue se alimentar e se hidratar sozinho. Todos os passos são capturados pelas câmeras. “A gente consegue analisar toda a mobilidade do animal, se ele se locomove sem dificuldade, se come adequadamente, se bebe água. Além do mais, conseguimos captar todo a questão comportamental, como os horários em que ele entra em atividade”, aponta Rafael Fonseca.De volta pra casa?Segundo o biólogo da Semma, por enquanto, Tico deve continua na sua casinha especial, sendo vigiado, mas ele não descarta que um dia ele possa voltar à vida na natureza. “Por mais que ele tenha perdido um membro, ele tem sim a capacidade de voltar para a natureza. Ainda não temos uma data certa, mas queremos fazer isso o quanto antes. Estamos procurando um local adequado para soltura dele”. Veja outras notícias de Rondônia