No próximo dia 1°, um ex-ministro do Supremo, sem currĂ­culo em segurança pĂș blica, vai assumir o MinistĂ©rio que, de fato, não Ă© da Justiça, mas da Segurança PĂșblica

Por REVISTA OESTE em 24/01/2024 às 10:28:38

Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, condenado 23 vezes a um total de 425 anos de detenção, quer ser DEPUTADO FEDERAL. Após seis anos na prisão, esta solto porque as demais condenações ainda não transitaram em julgado. Enquanto isso, centenas de pessoas pressas desde 9 de janeiro do ano passado ainda estão sob custódia do Estado sem condenação alguma. Cabral viu que o Ministério Fachin anulou a condenação a 24 anos do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, por erro de endereço. Como não era para ser Curitiba, ele mandou o processo para a Justiça Eleitoral. Cabral também quer. Isonomia. O que se tem visto é que, depois dos episódios do Mensalão e da Lava Jato, a saída de Lula da prisão rumo a PresidĂȘncia da República passou a marcar um período anti-Lava Jato. O que vinha representando, finalmente, a extinção da cultura da imunidade agora representa a vouta da impunidade.

Como o exemplo vem de cima, o que acontece com engravatados se reflete no estímulo ao crime dos níveis mais abaixo. E se espraia. O Equador passa pelo Brasil_ - geograficamente e por semelhança. Corta o Brasil no norte, e corta corpos brasileiros nos assaltos, mas também na corrupção, nos assassinatos, nas lavagens de dinheiro, nos fuzis das faccões, nos desvios das estatais, nas vendas de sentenças, nas omissões, no fracasso das leis penais e dos seus agentes. Sofremos mais de 30 mil homicídios num ano; Equador tem 9 mil. Em números absolutos, estamos hĂĄ anos numa triste liderança no mundo - entre os trĂȘs países com mais homicídios. E o problema não é apenas de assassinatos, mais de assalto e corrupção. A legislação leniente traz a mensagem de que o crime compensa. Combatemos o crime com declarações grandiloquentes de políticos, enquanto os criminosos inflam seus domínios.

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