A ex-deputada federal Manuela D"Ávila (PCdoB) falou, nesta sexta-feira (17), sobre os motivos que a levaram a desistir de disputar as eleições este ano. A ativista afirma que tomou tal decisão devido à "desunião da esquerda" no estado do Rio Grande do Sul, onde ela concorreria ao cargo de senadora.
– A unidade é importante para garantir competitividade e a derrota dessas forças que tornam minha vida inviável pessoal e politicamente. Além disso, diante da violência, a unidade é capaz de proteger a vítima. Disputar sem essa coesão nos torna mais vulneráveis – assinalou, em entrevista à Folha de S. Paulo
No RS, se enfrentarão nas urnas os pré-candidatos de esquerda ao Senado, Edegar Pretto (PT), Beto Albuquerque (PSB) e Pedro Ruas (Psol).
D"Ávila também cita como outro fator que teria contribuído para sua desistência as ameaças direcionadas a ela e sua família.
– Hoje são ameaças que envolvem estímulo à violência, a partir dos discursos de ódio. Não é uma lógica de enfrentamento às ideias, mas de extermínio de quem pensa diferente – declarou.
A ex-parlamentar ainda relata que já cogitou se "exilar" com sua família.
– Não é fácil acordar de manhã, como aconteceu 1 ano atrás, e ver a sua filha de 5 anos ser ameaçada de estupro. Qualquer pessoa na minha condição cogitaria isso – acrescentou.