Prefeitura de Porto Velho diz que fake news sobre vacinas contribuiu para queda na imunização de crianças

Por Marcio Fraga em 17/02/2023 às 13:47:23
Porto Velho não atingiu a meta de vacinação de nenhuma das 18 vacinas infantis para crianças de até um ano em 2021 e 2022. Criança recebe dose de vacina contra pólio, em Campinas

Eduardo Lopes/PMC

Em 2021 e 2022, Porto Velho não alcançou a meta de vacinação de nenhuma das principais vacinas infantis. De acordo com a Prefeitura, a baixa cobertura aconteceu por conta de “notícias descredibilizando a eficácia das vacinas”.

Segundo dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), obtidos pelo g1 através da Lei de Acesso à Informação, em 2022, Porto Velho não atingiu a meta de vacinação de nenhuma das 18 vacinas infantis para crianças de até um ano.

O imunizante com menos procura foi o Tríplice Viral D2, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba. A cobertura estipulada pelo Ministério da Saúde é de 95%, mas o município alcançou somente 43%.

Além disso, dados do SI-PNI, disponibilizados pela própria Prefeitura, apontam que a baixa cobertura vacinal se arrasta desde 2021.

De acordo com o Município, a situação se agravou com a pandemia por conta da propagação de notícias falsas descredibilizando a eficácia das vacinas contra a Covid-19 e as demais.

“As fakes news minaram o entendimento da população quanto a importância da vacinação e proteção individual e coletiva”, afirmou a Prefeitura ao g1.

Ainda segundo o Município, o fato de algumas doenças estarem erradicadas faz com que os pais “não deem uma importância tão grande para a vacinação”.

O Departamento de Imunizações e Doenças Imunopreveníveis, do Ministério da Saúde, alerta que é importante manter a estratégia de vacinação para que não sejam desenvolvidos casos graves e possíveis hospitalizações para doenças que podem ser prevenidas por meio de vacinas.

Estratégia de vacinação

A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) planeja continuar com uma estratégia de “vacinação descentralizada” das regiões mais populosas, como em conjuntos residenciais, escolas da rede pública e privada e distritos.

No entanto, a pasta ressalta que também é necessário que o cidadão "assuma sua responsabilidade com a proteção dele e, principalmente, das crianças, que não têm noção do que é a vacina e nem os benefícios trazidos por ela”.
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