Bolsonarista foi denunciado por tentativa de depor governo legitimamente constituído e outros crimes. Outros dois suspeitos de participar do crime fugiram. Arildo BenficaRedes Sociais/ReproduçãoO bolsonarista Arildo Benfica, preso após ser flagrado em um grupo que tentava incendiar um ônibus na BR-364, próximo à Jaru (RO), foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por tentativa de depor governo legitimamente constituído, entre outros crimes. O caso aconteceu no dia 12 de dezembro, quando o presidente Lula foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Arildo é morador de Teixeirópolis (RO), distante 366 quilômetros de Porto Velho. Informações adquiridas através de investigações apontam que o suspeito estava em Ouro Preto D"Oeste (RO) antes do crime, em uma das manifestações antidemocráticas que aconteceram ao longo de dois meses em Rondônia — desde outubro até o início deste mês. Outros dois manifestantes teriam participado do crime, mas conseguiram fugir. Arildo foi preso em flagrante, depois teve a prisão convertida em preventiva. Ele permanece detido.O dia do crimeNa madrugada do dia 12, uma equipe da Polícia Militar (PM) passava pela BR-364, quando flagrou um ônibus parado no acostamento com um pisca alerta ligado e uma caminhonete próxima. Caminhonete usada por homens que tentaram incendiar ônibus de viagem em RondôniaReprodução/PMUm dos passageiros do ônibus informou aos policiais que homens encapuzados, em uma caminhonete, obrigaram a parada do veículo e exigiram que todo mundo se retirasse. Um deles tinha um galão com combustível e outro estava armado. No momento da abordagem, Arildo atacou os policiais a tiros e tentou fugir na caminhonete. Ele foi perseguido e parou o veículo quando os policiais acertaram os pneus. O suspeito ainda tentou correr e resistir a prisão, mas foi alcançado e preso. Os outros dois suspeitos não foram encontrados. Na caminhonete foram encontradas munições intactas e também deflagradas, três celulares, cinco cartões bancários, R$ 353 em espécie, um cheque de R$ 10 mil e um comprovante de transação bancária. O caso inicialmente foi investigado pela Polícia Civil e depois encaminhado para a Polícia Federal. O g1 entrou em contato com a PF para questionar sobre a possível identificação dos outros dois suspeitos. A corporação informou que não irá se manifestar enquanto as investigações estiverem em andamento. A denúnciaSegundo o MPF, Arildo informou que estava na manifestação antidemocrática, quando os outros dois suspeitos o convidaram para "fazer algo mais à frente" e que ele não sabia do que se tratava. Ele foi denunciado por tentativa de depor governo legitimamente constituído, resistência à prisão e porte ilegal de armas de fogo.De acordo com o entendimento do procurador da República Reginaldo Trindade, os crimes cometidos na madrugada do dia 12, próximo a Jaru, "estariam associados a um contexto maior de atos atentatórios contra a democracia e contra a posse do candidato eleito à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva". Caso a denúncia seja aceita, o caso deve ser julgado pela Justiça Federal. O g1 tenta contato com a defesa do denunciado. Em outro ponto de bloqueioUm dia antes da tentativa de incêndio próximo à Jaru, um ônibus da empresa Eucatur foi incendiado na BR-364 entre as cidades de Ji-Paraná (RO) e Presidente Médici (RO), próximo a um ponto de bloqueio antidemocrático.Ônibus é incendiado em atos de vandalismo na BR-364 em Ji-Paraná, ROPRF/ReproduçãoA empresa Eucatur informou ao g1 que no ponto de bloqueio, seis a oito pessoas encapuzadas invadiram o ônibus, pediram que os passageiros e funcionários saíssem e então começaram a depredar o veículo. Na sequência atearam fogo no ônibus.