A lista também relembra a série sobre conflitos no campo em Rondônia, cheia de rios e a morte do "indígena do buraco". Em 2022 a área ambiental em Rondônia foi marcada pelo avanço das queimadas, cheias de rios, combate ao garimpo ilegal e denúncias sobre conflitos no campo. Na lista abaixo o g1 reuniu notícias que ajudam a entender o que aconteceu neste ano. Confira:
Cheias nos rios
Nível do Rio Machado preocupa moradores de Ji-Paraná
Júnior Caju/Arquivo pessoal
Em fevereiro mais de oito municípios de Rondônia foram atingidos pelas cheias dos rios. Um deles foi Cacoal (RO), onde cerca de 1,4 mil famílias foram afetadas.
Os estragos provocados pela enchente atingiram tanto a área urbana, com a interrupção no fornecimento de energia, e também na zona rural, onde pontes e estradas foram danificadas e comunidades chegaram a ficar isoladas.
FOTOS: Ji-Paraná alagada após cheia de rios
FOTOS: enchente arrasta árvores, destrói asfalto e deixa ruas alagadas em Ouro Preto do Oeste
Já perto de Ariquemes (RO), a BR-364 chegou a ser interditada por causa da cheia do rio Jamari, que transbordou e alagou a rodovia.
Sobrevoo por área de queimadas e desmatamento
Sobrevoo mostra áreas de desmatamento em Rondônia e Amazonas
Um sobrevoo feito pelo g1 flagrou várias áreas de queimadas e desmatamento na floresta amazônica. Um dos flagrantes foi dentro do Parque Nacional Mapinguari ao lado de uma região de pastagem. A devastação neste ponto chegou a 1,3 mil hectares, conforme análise feita pelo Greenpeace Brasil com base em satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O Parque Nacional Mapinguari está localizado na divisa dos estados de Rondônia e Amazonas, mais precisamente entre Porto Velho (RO) e Lábrea (AM).
FOTOS: sobrevoo flagra áreas de queimadas em Rondônia e Amazonas
Incêndio em área de preservação de Cacoal
Criança causou incêndio que destruiu área de preservação em Cacoal, RO
Um incêndio consumiu aproximadamente 400 mil m² de uma Área de Preservação Permanente (APP) de Cacoal (RO). Câmeras de monitoramento mostram que o fogo foi iniciado por uma criança. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, este foi o pior incêndio que já atingiu a cidade.
'100 cigarros'
Visibilidade do rio Madeira, em Porto Velho, comprometida com fumaça de queimada
Edson Gabriel/Rede Amazônica
No segundo semestre de 2022, uma nuvem densa de fumaça sobre o céu de Porto Velho deixou a qualidade do ar na capital de Rondônia pior que da China. Especialistas compararam os danos ao hábito do tabagismo. Era um ar tão prejudicial que era como se cada morador fumasse 100 cigarros por dia. Tudo isso motivado por uma coisa só: queimadas (clique aqui e entenda).
FOTOS: Fotógrafo registra 'antes e depois' do céu de Porto Velho encoberto por fumaça de queimadas
Destruição de dragas
PF e Ibama destroem quase 100 embarcações usadas no garimpo ilegal em Rondônia
Mais de 100 embarcações do tipo 'dragas', utilizadas no garimpo ilegal no leito do rio Madeira, em Porto Velho, foram destruídas por uma operação da Polícia Federal (PF) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O principal objetivo da operação foi "desestruturar organizações criminosas que lucram causando prejuízos ambientais com a mineração, modificação do curso natural do rio, destruição da vegetação ribeirinha e interrupção de canais de água".
Caso Ari Uru-Eu-Wau-Wau
Ari Uru-eu-wau-wau foi encontrado morto em RO
Reprodução/Kanindé
Em julho de 2022, após dois anos desde a morte, a Polícia Federal prendeu o suspeito de assassinar o indígena Ari Uru-Eu-Wau-Wau.
Em agosto, o caso do líder indígena Ari retornou para responsabilidade da Justiça Estadual, depois que a Polícia Federal (PF) concluiu que a morte do ativista "não tem ligação com crimes ambientais". Ari era professor e muito conhecido no estado por trabalhar registrando e denunciando extrações ilegais de madeira dentro de sua terra.
Inicialmente, as investigações apontaram que o crime poderia ter ligação com o trabalho de Ari em denunciar o desmatamento e a venda ilegal de madeira em seu território (leia a repercussão entre ativistas).
A morte do 'Índio do Buraco'
Último sobrevivente de seu povo, 'Índio do Buraco' é encontrado morto em Rondônia
g1
O indígena conhecido como "Índio Tanaru" ou "Índio do Buraco", que vivia sozinho e isolado há quase 30 anos em Rondônia, foi encontrado morto pela Fundação Nacional do Índio (Funai) em agosto.
Em nota, a Funai informou que "não havia vestígios da presença de pessoas no local, tampouco foram avistadas marcações na mata durante o percurso". Além disso, não havia sinais de violência ou luta.
Seringal Belmont
Seringal Belmont fica localizado a aproximadamente 3km de Porto Velho
Reprodução/Redes Sociais
Um grupo composto por aproximadamente 50 famílias denunciou que foi vítima de violência por parte de homens armados na comunidade conhecida como Seringal Belmont, em Porto Velho.
As vítimas dizem que foram acordadas de madrugada por homens fortemente armados que teriam torturado os adultos e ateado fogo nas residências das famílias.
Série sobre conflitos no campo
O Jornal de Rondônia 2ª Edição (JRO2) exibiu uma série de reportagens sobre conflitos no campo. Os episódios focam nas consequências da disputa por terras no estado. O repórter Fábio Diniz entrou em uma área de conflito entre os municípios de Campo Novo de Rondônia e Governador Jorge Teixeira. Veja os episódios:
Primeiro episódio traz relatos de propriedades rurais invadidas, vítimas torturadas e assassinadas
Segundo episódio mostra relatos de pequenos agricultores que querem a regularização fundiária
No terceiro episódio repórter conversou com uma família que sofreu ameaças de morte
No quarto episódio o repórter conversou com um garimpeiro que ainda tenta extrair cassiterita de garimpo inativo
Quinto episódio ouve denúncias contra ex-senador
O que diz o ex-senador apontado como um dos responsáveis pela violência em assentamento
Na corrida do Oscar
Bitaté, liderança indígena Uru-Eu-Wau-Wau
Reprodução/O Território
"O Território", documentário filmado em Rondônia com ajuda de indígenas Uru-Eu-Wau-Wau é um dos finalistas na disputa por uma vaga no Oscar 2023.
Estar nessa pré-lista significa que "O Território" venceu uma concorrência prévia de pelo menos 144 filmes. Agora, além dele, outros 14 filmes avançaram na disputa para entrar na categoria de Melhor Documentário Longa Metragem.